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Pesquisadora gaúcha é reconhecida internacionalmente por avanços no estudo do Alzheimer?

Pesquisadora gaúcha é reconhecida internacionalmente por avanços no estudo do Alzheimer?

Aos 27 anos, a biomédica porto-alegrense Giovanna Carello Collar, doutoranda em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi agraciada com o prêmio "One to Watch" pela Alzheimer's Association International Conference (AAIC). Este reconhecimento destaca jovens pesquisadores promissores na área de neurociências e ocorreu durante o evento AAIC Neuroscience Next - Hub Indiana, em Indianápolis, nos Estados Unidos. 

Giovanna desenvolve suas pesquisas no Zimmer Lab, sob a orientação do neurocientista Eduardo Zimmer. Seu foco principal é investigar fatores protetores e de resiliência na doença de Alzheimer, com ênfase na possível origem precoce da enfermidade durante o neurodesenvolvimento. Um aspecto central de seu estudo é a proteína relina, essencial no desenvolvimento neural. A pesquisadora identificou que mutações no gene responsável pela relina estão associadas a uma redução no acúmulo da proteína tau, um dos principais marcadores patológicos do Alzheimer, sugerindo um efeito protetor contra a doença. 

Além disso, Giovanna participa de estudos sobre o papel dos astrócitos—células estelares do sistema nervoso central—investigando possíveis alterações precoces em modelos experimentais da doença de Alzheimer. Essas pesquisas visam compreender melhor os mecanismos iniciais da patologia, abrindo caminho para intervenções preventivas mais eficazes. 

A trajetória acadêmica de Giovanna é marcada por diversos reconhecimentos. Desde 2020, ela recebeu aproximadamente 15 bolsas de viagem de instituições nacionais e internacionais para participar de conferências e cursos relacionados à neurodegeneração e ao Alzheimer. Anteriormente, foi laureada com o Prêmio de Jovem Pesquisadora no Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções, que destaca cientistas promissores na América Latina. 

A inspiração para sua dedicação à ciência vem de sua mãe, Sandra Carello, formada em Química pela UFRGS, e da história de sua avó paterna, Lenira Maria Martins Collar, diagnosticada precocemente com Alzheimer aos 55 anos. Embora não tenha conhecido a avó, as histórias compartilhadas por seu pai sobre Lenira influenciaram profundamente sua escolha de carreira.

Giovanna iniciou sua graduação em Biomedicina em 2015, inicialmente focando em pesquisas sobre autismo. No último ano do curso, ao assistir a uma palestra de Eduardo Zimmer sobre Alzheimer, decidiu direcionar seus estudos para essa área, integrando-se ao recém-estabelecido laboratório dedicado à doença na UFRGS.

Atualmente, Giovanna se prepara para realizar parte de sua pesquisa de doutorado na Harvard Medical School, nos Estados Unidos, a partir de agosto deste ano, com financiamento da bolsa Fulbright. Essa oportunidade permitirá a ampliação de seus estudos sobre os mecanismos protetores contra o Alzheimer em um dos centros de pesquisa mais renomados do mundo. 

Com um compromisso evidente com a ciência e uma trajetória inspiradora, Giovanna Carello Collar não apenas eleva o nome da pesquisa brasileira no cenário internacional, mas também reforça a importância de investimentos contínuos em ciência e tecnologia para o enfrentamento de doenças neurodegenerativas que afetam milhões de pessoas globalmente.

Fonte: UFRGS; GZH; Correio do Povo.

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