Cientistas descobrem uma bactéria que faz ouro
Para se proteger do ouro, um metal valioso, mas também tóxico para muitos microrganismos, uma bactéria encontrou uma solução inovadora: ela solidifica o ouro líquido. É por esse motivo que essa bactéria é comumente encontrada em grande quantidade na superfície de pepitas de ouro.
Enquanto alguns micróbios necessitam de certos metais, como o ferro, para seu desenvolvimento, outros metais, como o ouro e a prata, são geralmente fatais para eles. Esses metais são cada vez mais utilizados por suas propriedades bactericidas.
Figura 1 - Delftia acidovorans
Como os íons solúveis do ouro são tóxicos para a maioria dos micróbios, é comum observar membranas bacterianas na superfície das pepitas de ouro. Essas bactérias desempenham um papel significativo na acumulação e deposição do ouro que forma essas pepitas.
Recentemente, em um estudo publicado na revista britânica Nature Chemical Biology, uma equipe de cientistas canadenses explorou o comportamento da bactéria "Delftia acidovorans", que coexiste com a "Cupriavidus metallidurans" nas pepitas. Descobriu-se que a "D. acidovorans" não metaboliza o ouro solúvel como sua vizinha, mas o solidifica externamente, formando uma estrutura não tóxica.
Figura 2 - Fases do desenvolvimento do biofilme de D. acidovorans e biomineralização de ouro
Especificamente, essa bactéria secreta uma molécula chamada "delftibactina", que tem a capacidade de fazer com que íons de ouro em suspensão na água precipitem, formando estruturas sólidas complexas semelhantes às encontradas nas pepitas de ouro. Esse processo ocorre em apenas alguns segundos, à temperatura ambiente e em condições de acidez neutra. Em resumo, a "delftibactina" supera em laboratório os produtos atualmente utilizados na indústria para produzir nanopartículas de ouro, conforme destacado pelos cientistas.
Fonte: Estado de Minas