Organismo unicelular inteligente que ajuda a projetar redes de transporte em diversas cidades
Com milhões de anos de evolução biológica e toda a civilização e a cultura a seu favor, o que poderiam os engenheiros humanos aprenderem com um rudimentar fungo ameboide?
O Physarum polycephalum é uma espécie de organismo unicelular pertencente ao grupo dos mixomicetos, também conhecidos como "bolor limoso". É um tipo de ameba gigante que se caracteriza pela sua aparência amarela e gelatinosa. Embora seja classificada como um organismo unicelular, o Physarum polycephalum pode se comportar de maneira complexa e exibir comportamento multicelular.
Ele é conhecido por sua habilidade de formar redes e estruturas ramificadas em busca de alimento. Ele se alimenta de bactérias, leveduras e outros microrganismos presentes em ambientes úmidos, como troncos em decomposição e folhas em decomposição.
Uma característica notável do organismo é sua capacidade de tomar decisões e resolver problemas de forma eficiente. Ele pode encontrar o caminho mais curto entre duas fontes de alimento, otimizar o uso de recursos e até mesmo resolver labirintos complexos. Essa capacidade é resultado de seu comportamento emergente, onde as células individuais se comunicam e cooperam umas com as outras para alcançar objetivos comuns.
Devido às suas características únicas, o Physarum polycephalum tem sido objeto de estudo em diversas áreas, incluindo biologia, biologia computacional e ciência da computação. Ele tem sido utilizado como modelo para estudar processos biológicos, como a formação de redes e a comunicação celular, além de fornecer insights para o desenvolvimento de algoritmos e sistemas computacionais baseados em inteligência coletiva.
Há um estudo japonês icônico de 2010, quando o Physarum traçou a rede ferroviária da Grande Tóquio, e para isso precisou somente de uma pequena placa de Petri e um punhado de aveia.
Segundo os estudos, o Physarum adora aveia, é a sua comida preferida.
"Então, eles modelaram a área da Grande Tóquio colocando copos de aveia nos centros urbanos e depois o lançaram. Ao longo de algumas horas, havia formado uma rede eficiente que conectava os copos de aveia, e essa rede parecia muito com a rede de metrô existente na área da Grande Tóquio", detalha o estudo.
O Physarum havia estabelecido, em questão de horas, uma rede eficaz que levou décadas para ser feita na vida real.
Fonte: BBC NEWS